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Mulheres no Mercado Audiovisual

  • Por Júlia Queiroga
  • 25 de nov. de 2016
  • 2 min de leitura

O cinema no Brasil começou em 1896, os primeiros filmes rodados foram realizados entre 1897 e 1898. Entretanto o mercado só veio a se firmar entre 1907 e 1910, quando houve melhoras na distribuição elétrica no eixo Rio-São Paulo. A produção se estendeu para outras regiões a partir de 1923, chegando ao Recife, por exemplo.


A produção cinematográfica de Pernambuco é conhecida, fora do Estado, por possuir características muito similares entre seus filmes, o que o levou a criar uma identidade, como alguns retratarem questões urbanas muito fortemente, por exemplo. Segundo a diretora e roteirista, Adelina Pontual, isso acontece “porque ele é mais ousado, além de ser menos comercial que os filmes produzidos em outros estados”.


Muitos dos cineastas homens e mulheres que atuam na área são, na realidade, formados em jornalismo. O curso de cinema só veio a ser implantado no estado em 2008, na Universidade Federal de Pernambuco que, até 2014, era a única a oferecer a graduação. De acordo com Cêlini Albuquerque, repórter cinematográfica e diretora do curta “As Donas do Filme” (2014), “o curso mais próximo a trabalhar com algo que ajudasse seria Rádio, TV e Internet ou o Jornalismo onde se pode ter uma vivência maior com o audiovisual”.


O mercado audiovisual pernambucano está em processo de transformação, cada vez mais as cineastas vem conquistado espaço, inclusive nas salas de aula. Para Rodrigo Pereira, realizador, “elas sempre tiveram uma grande presença no cinema. Na graduação uma grande parcela da turma é de mulheres.”


Apesar de serem maioria nas salas de aula, uma pequena parcela recebe reconhecimento. “O meio audiovisual ainda é muito machista, então é comum ouvir comentários preconceituosos e que colocam em dúvida a capacidade da mulher”, afirmou Albuquerque.Mesmo em filmes famosos, muitas vezes não se sabe que existiu uma mulher na produção. Por exemplo, em Amarelo Manga (2002) de Cláudio Assis, a diretora de arte foi Renata Pinheiro, que ganhou o prêmio de melhor direção de arte pelo trabalho. Baixio das Bestas (2006), também de Assis, teve Júlia Morais na produção.


Segundo um estudo realizado pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA), ligada à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), entre 2002 e 2014, dentre os 20 lançamentos nacionais de maior bilheteria em cada ano, 84% deles foram dirigidos por homens brancos, 14% por mulheres brancas.


Porém, quando o assunto é pessoas negras esses números são ainda menores. Homens, 2%, e nenhum filme da lista dos 20 lançamentos de maior bilheteria, verificados, foi dirigido por uma mulher negra. Isso mostra que a desigualdade ainda é maior quando se relaciona ao tom da pele.


Conhecer mais sobre os trabalhos de mulheres diretoras, produtoras, roteiristas e entre outras funções é importante, uma vez que isso permite uma identificação maior de outras pessoas, não só mulheres, com as personagens, os filmes e as histórias. Permite uma nova visão sobre um determinado assunto. Discutir questões de gênero e empoderamento feminino não deveria ser um debate apenas entre pessoas do meio audiovisual.





 
 
 

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