Galeria: Clássicos da literatura
- Gazeta Feminina
- 18 de mai. de 2016
- 10 min de leitura

Livros clássicos (foto: Crystal Ribeiro)
* "1984" - George Orwell
“1984”, juntamente com “Laranja Mecânica”, são ícones literários da cultura pop. Foi escrito por George Orwell.
Em um futuro distante, Winston Smith, vive em um mundo opressor e angustiante. Onde, ter uma mente livre, pensar por si mesmo é considerado um crime grave.
Um dia ele compra um caderninho e escreve o que acontece no seu dia a dia. Mas, longe da vista do Grande Irmão, líder simbólico do Partido que controla exatamente tudo e todos e está sempre os vigiando. A história é bem escrita, mas, por causa do contexto, a leitura é um pouco lenta.
* "CEM ANOS DE SOLIDÃO" - Gabriel García Marquez
O livro “Cem Anos de Solidão”, foi escrito por Gabo, Gabriel García Márquez, que, com essa obra, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura.
A história é sobre uma família e suas várias gerações. Então, acompanhamos o nascimento, a fase infantil, a adolescência e a fase adulta dos personagens. É interessante ver como cada personagem lida com o mesmo fato. Apesar de alguns deles terem o mesmo nome, o que pode ocasionar confusão na hora de saber de quem o autor está falando.
Todavia algumas edições possuem um desenho da árvore genealógica da família o que facilita o reconhecimento. A narrativa é fluida apesar do linguajar um pouco rebuscado.
* "CRIME E CASTIGO" - Fiódor Dostoiévski
É um romance publicado, originalmente, em 1866, escrito por Fiódor Dostoiévski.
Não só é um de suas mais famosas obras, como também é um livro importantíssimo na literatura Russa.
A história é sobre um jovem pobre que acredita estar acima de qualquer lei. E, nesse livro, não há somente todo o processo para realizar um crime que a personagem masculino passa, como também as consequências desse ato não só em como o afetou quanto para as outras pessoas envolvidas.
* "DOM CASMURRO" - Machado de Assis
Terceiro romance da fase Realista de Machado de Assis, "Dom Casmurro" (1899) é considerado uma de suas obras-primas. Na história, Bento Santiago deita no papel as reminiscências do seu passado, relembrando sua adolescência, quando se apaixonou por sua vizinha Capitu e seus consequentes planos para livrá-lo do seminário e conseguir viverem felizes juntos.
Os personagens de "Dom Casmurro" primam por seu complexo desenvolvimento psicológico. Diferente de outros livros de sua autoria, Machado imprime dúvidas e ambiguidades em sua história, por isso que falar em "Dom Casmurro" nos lembra imediatamente do questionamento: Capitu traiu ou não traiu Bentinho?
o autor prefere deixar que essa dúvida paire no ar para que o leitor tire suas próprias conclusões. Na verdade, o verdadeiro questionamento de "Dom Casmurro" é: até que ponto Bentinho é um personagem são a ponto de conseguir contar verdadeiramente a sua história? Pode-se exigir de um narrador enfeitiçado que ele seja lúcido?
* FRANKENSTEIN - Mary Shelley
"Frankestein ou o Moderno Prometeu" foi escrito por Mary Shelley e publicado entre 1816 e 1817.
O romance relata a história de Victor Frankenstein, um estudante de ciências naturais que construiu um monstro no seu laboratório. O romance foi um grande sucesso no novo gênero de horror e se tornou um pioneiro na literatura e cultura popular ocidental.
* "O Grande Gatsby" - F. Scott Fitzgerald
Romance de F. Scott Fitzgerald, "O Grande Gatsby" (1925) se passa em Nova York nos anos 1920. Nick Carraway é um jovem comerciante de Wall Street que se muda para Long Island. Seu vizinho é o bilionário misterioso Jay Gatsby, que costuma dar as maiores festas de Nova York em sua mansão todas as semanas. Nick é convidado a uma das festas de Gatsby e, curioso, mal pode esperar para desvendar os segredos por trás de seu anfitrião.
Nesta obra, Fitzgerald faz uma crítica duríssima ao chamado “Sonho Americano” de fortuna e sucesso. A personalidade de seus personagens chama atenção por nunca se mostrarem do jeito que se imagina, todos tem um lado obscuro nesta bela e trágica história.
* "GUERRA E PAZ" - Leon Tolstói
Livro escrito por Leon Tolstói e publicado entre 1865 e 1869, é considerado um dos maiores romances da história. Com dezenas de personagens e mais de mil páginas na versão original, ele se tornou um clássico da literatura russa durante a campanha de Napoleão na Áustria.
Esse livro conta a história da aristocracia russa, retrata o preconceito e a hipocrisia da nobreza, as tradições religiosas da época e a vida cotidiana dos soldados e servos. No ambiente da Rússia no início do século XIX, o romance descreve exatamente o que o país enfrentava: “Guerra” e “Paz”.
Tolstói narra as guerras do imperador francês Napoleão e as principais monarquias da Europa descrevendo as causas, origens e consequências do conflito, além de expor os homens e suas fraquezas.
* "A ILHA DO TESOURO" - Roberto Louis Stevenson
Livro infanto-juvenil escrito por Robert Louis Stevenson em 1883 que relata histórias de piratas e tesouros.
O livro conta a jornada de um garoto cujos pais são proprietários de uma pequena pensão numa cidade litorânea na Inglaterra. Acontecem diversos fatos até que o menino se vê em um navio indo em busca de um tesouro. O autor trás um novo estilo de escrita com características de ação continua para estimular a leitura dos jovens.
Foi neste livro em que apareceu pela primeira vez um mapa do tesouro, com uma arca cheia de ouro enterrada e marcada com um X, uma figura atualmente tão comum em histórias que abordam essa temática.
* "IRACEMA" - José de Alencar
"Iracema" é um dos romances da fase Indianista de José de Alencar publicado em 1865. Iracema, a índia dos lábios de mel, é a heroína da história. Ela se apaixona por Martim, um guerreiro branco que aparece certo dia perdido na floresta. Juntos eles terão que enfrentar a ira da tribo de Iracema e dos guerreiros de Martim para poder ficarem juntos.
O livro mistura o romance clássico, classificado como poema em prosa, com traços líricos e épicos, uma grande novidade para a época. É considerado o livro da fase Indianista mais maduro de Alencar e dá margem para diversas interpretações. Fazendo parte do Romantismo brasileiro, Iracema é uma típica heroína dessa fase: pura, casta, que espera o amado, se entrega a ele, sente saudades e depois morre desse amor.
* "LARANJA MECÂNICA" - Anthony Burgess
Foi escrito por Anthony Burgess e a história já foi transformada em filme com o mesmo nome, 5 anos após o lançamento do livro. Alex, o personagem principal, é um jovem que vive em uma sociedade futurista e, ele ainda é líder de uma gangue que faz um “horrorshow”. Ele e mais dois homens saem pelas ruas e batem em mendigos, invadem casas, estupram mulheres, entre outras coisas.
Um dia ele é preso e vira cobaia de um projeto de reengenharia social que busca inibir a tendência violenta dele. Ou, como o autor denomina, “ultraviolência”. Burgess trata sobre como a loucura é vista, como é o processo do prisioneiro ao sair, de se reintegrar à sociedade e, principalmente, sobre a capacidade do ser humano de fazer mal ao outro.
* "MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS" - Machado de Assis
Primeira obra-prima de Machado de Assis, "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881) conta a história do personagem do título, um homem mimado, egoísta, nascido em família rica, que a todo custo busca alcançar um status social “perfeito”.
Machado conta essa história de trás para frente, fazendo de Brás não um “autor defunto, mas um defunto autor”, já que este apenas começou a escrever depois que passou dessa para uma melhor. Esse modo de contar a história fez deste livro um pioneiro nas narrativas não-lineares brasileiras, no qual Machado era um grande especialista.
O fato de o narrador se comunicar com o leitor, comentando as situações da história e pedindo sua opinião foi outro ponto incomum e ímpar na obra de Machado. Assim, ele se torna o pioneiro de muitas formas de escrita que se tornariam comuns mais tarde, mais um dos motivos que fazem deste livro um clássico.
* "ON THE ROAD - PÉ NA ESTRADA" - Jack Kerouac
"On The Road - Pé na Estrada" (1957) foi escrito por Jack Kerouac nos anos 1940 sob uma técnica chamada fluxo de consciência. O narrador da história é Sal Paradise (alter ego de Jack). Ele é universitário e aspirante a escritor. Certo dia ele conhece Dean Moriarty por causa de amigos em comum e a conexão entre os dois é instantânea. Sal, então, deixa o apartamento de sua tia em Nova Jersey para começar o que ele chama de “vida na estrada”. O livro relata as diversas viagens que ele e Dean fizeram pelo país, todas regadas a sexo, bebida e muitas drogas.
"On The Road" é conhecido como uma obra profética. É conhecido como a Bíblia da Geração Beat, composta por jovens saídos da Segunda Guerra Mundial e que mais tarde se tornariam os famosos hippies das décadas de 1960 e 1970. Todos os personagens são verídicos e fizeram parte deste momento da vida de Jack. Conta a “lenda” que depois de ter vivido tudo isso, Jack sentou-se em frente a sua máquina de escrever e passou dias a base de benzedrina e outras drogas para escrever o relato em um fluxo contínuo num rolo de papéis Telex colados um ao outro por fita adesiva.
"On The Road" influenciou milhares de pessoas ao redor do mundo e consta em relatos de artistas como Bob Dylan e Johnny Depp como um dos livros que mudaram sua forma de ver o mundo.
* "ORGULHO E PRECONCEITO" - Jane Austen
"Orgulho e Preconceito" (1813) é o livro mais conhecido de Jane Austen. No romance, Elizabeth Bennet é a segunda de cinco irmãs. Ela vive na aldeia fictícia de Meryton, onde qualquer pequeno fato se torna um grande acontecimento. O principal sonho de sua mãe é ver suas filhas bem casadas e cuidando de um lar. Essa oportunidade parece perto de se concretizar quando um dos casarões vizinhos é alugado para a temporada por Mr. Bingley, um rico herdeiro que logo se mostra interessado na irmã mais velha de Elizabeth, Jane. Ele traz consigo a companhia de Mr. Darcy, seu amigo íntimo. quando Elizabeth e Darcy se conhecem, ela jura nunca se apaixonar por alguém tão orgulhoso e mal-educado.
Jane é uma escritora a frente de seu tempo. Por mais que seus livros possam ser classificados como chick-lit (literatura para mulheres), a autora se mostra uma grande crítica dos modos e comportamentos da sua época. Sua escrita é afiada, perspicaz, irônica e cheia de vida, tornando-se atemporal e interessante até os dias de hoje.
* "O PRÍNCIPE" - Maquiavel
“O Príncipe” foi escrito por Nicolau Maquiavel em 1513 e sua primeira publicação foi em 1532. Maquiavel trabalha em sua obra aconselhando os governantes, principalmente o Príncipe Lorenzo de Médici, sobre como governar e manter o poder absoluto, utilizando também a força militar e fazeres inimigos. Essa obra resgata o sentimento cívico do povo italiano sendo utilizado no contexto ideal de unificação italiana.
Como um mestre na arte da política, Maquiavel dá conselhos em sua obra de como evitar grandes vícios e como parecer honesto. Apresenta também situações e problemas que um príncipe pode enfrentar durante seu reinado e como manter no poder de forma justa. "É melhor ser odiado a ser amado" e "os fins justificam os meios" algumas das grandes frases tiradas de "O Príncipe".
* "REI LEAR" - William Shakespeare
Escrita por William Shakespeare entre 1603 e 1606, “Rei Lear” é uma tragédia que se tornou uma das peças mais tradicionais da história da dramaturgia. Baseada em uma lenda celta, a obra relata a trágica velhice de um soberano que, sem conseguir um filho que tomasse seu lugar no trono, deixa a sucessão às suas três filhas mulheres e seus esposos. A tragédia maior para ele é ver-se como um peso nas mãos de suas herdeiras, das quais a mais jovem, Cordélia, não queria se casar, preferindo proteger o pai da ganância de suas irmãs, Goneril e Regana, e seus maridos, que almejavam o reino da Bretanha.
"Rei Lear" se tornou um clássico por ser essencialmente um drama familiar, retratando um pai que faz uma escolha errada e sofre por não encontrar mais sentido naquele mundo que imaginou viver. A peça fala de poder, ganância, redenção, loucura, entre outros, todos temas universais como é possível encontrar em todas as obras de Shakespeare.
* "A SANGUE FRIO" - Truman Capote
Livro escrito por Truman Capote e publicado em 1966 relata o assassinato de uma família na cidade de Holcomb, do interior do estado do Kansas, nos EUA.
O livro foi inspirado por uma notícia de jornal com o assassinato da família do autor em 1959. O romance-reportagem "A Sangue Frio" mostra como Capote conquistou e estabeleceu confiança com a população de Holcomb, investigando e conversando com moradores até chegar aos criminosos sem ser descoberto. Um romance não-ficção que se tornou um marco na história do jornalismo e da literatura dos EUA, através da sua reflexão sobre a ambiguidade do sistema judicial dos pais.
* Trilogia "O SENHOR DOS ANÉIS" - J.R.R. Tolkien
Escrito por J.R.R. Tolkien entre 1937 e 1949, a trilogia "O Senhor dos Anéis" é o romance pioneiro das narrativas de fantasia épica da atualidade. Seu autor se baseou em lendas da mitologia nórdica, estudos religiosos, entre outros para criar um universo que serviria de base e inspiração para autores de diversas gerações, além de atrair fãs de todo o mundo.
A história se passa na Terra Média e narra o conflito contra o mal que está se espalhando através da luta entre várias raças: humanos, elfos, anões, Hobbits e Orcs. O objetivo é evitar que o Anel do Poder volte às mãos de seu criador Sauron, o Senhor do Escuro. Partindo do Condado, Frodo e seus amigos Hobbits foram escolhidos por Gandalf para seguir em uma jornada para destruir o Um Anel.
* "O TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA" - Lima Barreto
Publicado em 1915 em formato de livro (em 1911 já havia sido lançado mas em folhetins) e escrito por Lima Barreto, é um livro da época do pré-modernismo.
É um romance narrado em terceira pessoa, o personagem principal é o Major Policarpo Quaresma, um bom homem, mas que é, também, muito ingênuo. Possui muito amor pela pátria, tanto que chega a aprender violão, na época um instrumento marginalizado, fala tupi-guarani fluentemente entre outros. Chega até a escrever um requerimento à Câmara para que tupi-guarani se torne a língua oficial do país.
Ele é considerado louco e é levado para um manicômio. Depois é solto e vai morar em um sítio chamado “Sossego”. Mas logo seu nacionalismo retorna e começa a acontecer alguns problemas nesse sítio. O livro é bem curto e a narrativa flui muito bem e não possui uma linguagem tão rebuscada.
* "O VERMELHO E O NEGRO" - Stendhal
Em “O Vermelho e o Negro” (1830), Stendhal conta a história de Julien Sorel, um autêntico anti-herói, descrevendo as lutas, embates, vitórias e derrotas em sua busca pela ascensão social. Julien é um jovem de extrema beleza, polidez e inteligência acima da média, mas que usa seus talentos para enganar e diminuir as pessoas ao seu redor para conseguir o que quer. Não tendo berço, só possui dois caminhos para crescer na vida: a farda militar (o vermelho) ou a batina (o negro). Como clérigo, ele é chamado para trabalhar como professor dos filhos do Senhor de Rênal e, assim, aprende os costumes da corte e começa a ter um caso com a esposa do seu patrão.
Este é um romance psicológico que serve de pano de fundo para que Stendhal descreva e teça críticas à sociedade parisiense no período que a Revolução Francesa. É um livro denso e forte que prende o leitor no emaranhado das relações de seu protagonista que termina condenado pela mesma sociedade que tanto desprezou e cobiçou. “O Vermelho e o Negro” marca o início do Realismo na literatura francesa, deixando de lado toda a tradição romântica.
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