top of page

Qual é o seu nude?

  • Crystal Ribeiro
  • 23 de mar. de 2016
  • 3 min de leitura

The Nude Colletion by Louboutin (fonte http://us.christianlouboutin.com)


Você já deve ter ouvido falar da tendência do nude, aquela cor que tenta se assemelhar com o tom da pele e que já dominou maquiagens, roupas, acessórios e mais um monte de coisas. Essa cor é tão tendência e tão da moda que seu conceito pode até passar despercebido. Isso porque muita gente acha que só os batons clarinhos e rosados podem ser chamados assim, por exemplo. É tão automático que às vezes nem se percebe.


Imagine uma criança indo para a escola e levando seus lápis de cor num estojo. Na hora de colorir um desenho de pessoas qual você acha que vai ser o que a ela vai escolher para pintar a pele dos bonecos? É bastante provável que use o “cor de pele”, aquele rosa clarinho. Pois é. Da ingenuidade da infância à indústria da beleza, que aparece imbatível e opressora. Ter pele clara se torna quase o passaporte oficial para fazer parte do “clube”.


E durante muito tempo foi assim. As mulheres negras custaram a conquistar espaço nesse meio. Há pouco tempo era um desafio encontrar uma cor de base que realmente se adequasse a cor de pele das negras. As empresas de cosméticos achavam uma única opção era o suficiente. Mas o nude não é apenas a cor clara e rosada das meninas branquinhas. Felizemente as meninas de pele escura também tem batons só para elas agora. As meninas de pele amarelada também.


Humanae (foto: Angélica Dass)


Artistas plásticos de muitos lugares no mundo já fizeram projetos que levam essa reflexão adiante. Um deles é a fotógrafa Angélica Dass que sai fotografando voluntários desconhecidos por onde passa - até agora Madrid, Barcelona, Winterthur, Rio de Janeiro, São Paulo, Paris e Chicago - e, em seguida, seleciona um quadrinho de 11x11 pixels da pele de cada um como se fosse uma amostra de cor, que depois é replicada como fundo da foto. Assim ela consegue alcançar infinitas possibilidades de cor da escala Panteone (uma escala infinita de cores) em seu projeto Humanae. E as cores quase nunca se repetem. Ela diz em seu site que "o objetivo do projeto é registrar e catalogar todos os tons de pele humana possível", por isso o trabalho segue em progresso por tempo indeterminado.


Taira Raines é uma americana de Los Angeles. Ela criou o protesto online More Brown Bras (Mais Sutiãs Marrons), porque achava injusto que há mais de 30 anos as mulheres da sua família tingissem suas lingeries claras para que ficassem mais parecidas com o tom da pele delas. Ela explica que a campanha foi criada para "mobilizar as mulheres que sentem falta da diversidade de cores na fabricação principalmente de lingerie". Ela até encontra opções, mas são de marcas muito mais caras, porque marcas baratas não tem interesse no varejo.


Coleção Color Adapt (foto: O Boticário)


Mas o que não faltam são meninas que tem, sim, interesse em ter produtos que tenham a cor da sua pele. E é bom saber que, mesmo que aos poucos, várias marcas estão pensando nesse assunto. O Boticário, por exemplo, lançou no último ano a coleção de bases Color Adapt que trouxe 12 variações de tons que têm como objetivo se adaptar a 50 tons diferentes de pele. Foi um grande avanço nessa área. A marca também é conhecida por lançar diversas variações de batons "cor da pele", mostrando que as coisas começam a mudar quando se fala em etnias.


Por isso o nude não deveria ter amarras, nem padrões. Assim como a cor da pele de todas as pessoas varia, o nude não tem cara. Um sapato de salto nude pode alongar a silhueta. Um vestido nude é discreto e universal. O batom nude traz elegância e equilíbrio se a maquiagem dos olhos for muito chamativa. Basta encontrar o nude combine com você. Felizmente, hoje, ele começa a ter opções.

Comments


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Facebook Social Icon
  • Twitter Social Icon
  • Instagram Social Icon
bottom of page